AGNI – Seu fogo digestivo.

O conceito básico da Criação do Universo para o Ayurveda é baseado na filosofia Samkhya, cujo o ensinamento é que o universo e os seres humanos compartilham uma origem em comum, ou seja, tudo que existe é formado por uma única substância; o indivíduo é uma unidade microcósmica que reflete um universo macrocósmico. 

Fica fácil entendermos isso, quando pensamos no sol e que sem ele não haveria vida na Terra. Dá mesma forma que temos o Sol no Universo, nós seres humanos temos também um sol interno que nos mantém vivos, que no Ayurveda chamamos de Agni. 

O QUE É O AGNI?  

Agni significa “fogo” e sua principal forma é o fogo digestivo do corpo. Responsável pelos processos de transformações que desenvolve um ser saudável, com boa imunidade e juntamente a isso temos o dhatus (tecidos), ojas (tecido reprodutor) e malas (resíduos). 

Por exemplo, o corpo digere o alimento plenamente, absorve os nutrientes e com isso consegue produzir dhatus saudáveis (plasma; sangue; músculos e peles; gorduras; ossos; tecido nervoso e medula óssea; tecido reprodutor) que resultam em ojas que é quem sustenta prana (energia vital) no corpo e dá uma boa imunidade contra doenças.  
Malas são os resíduos que eliminamos (fezes, suor e urina) para que nosso corpo se mantenha saudável, e por isso precisam ser eliminados de forma eficaz. 

PORQUE O AGNI É TÃO IMPORTANTE? 

“Todas as doenças ocorrem devido ao mau funcionamento do agni.” 

Charaka

Nós somos o que digerimos e também o que não conseguimos digerir. O que é digerido é transformado em nutrientes e nutre os tecidos corporais como vimos acima, mas e o que não é digerido, o que acontece? 
O que nosso corpo não é capaz de digerir acaba sendo transformado em toxina, chamada de ama pelo Ayurveda.  
Portanto, o agni é a chave da nossa saúde, isso porque a sobrecarga de alimentos não digeridos corretamente inicia o processo de acúmulo de toxinas e consequentemente de doenças.  

Além disso, o estado de acúmulo de ama (toxinas) desencadeia um processo inflamatório, o que compromete o estado do nosso sistema imune. Uma imunidade enfraquecida pode ser um portal para o acesso e instalação de vírus e bactérias. Além disso, como é um quadro de desequilíbrio total, pode vir a aparecer alguns desequilíbrios genéticos.  

Então entendemos que um agni fraco é gerador de ama e que ama é tudo aquilo que não foi possível de ser digerido, fazendo com que toxinas se acumulem nos tecidos, órgãos e sistemas. 

COMO SABER SE O SEU AGNI ESTÁ BOM? 

Os sinais de um agni saudável são: 

  • Você termina uma refeição e se sente leve.  
  • Não possui sensação de barriga inchada ou estufada.  
  • Ausência de cansaço, principalmente após as refeições. 
  • Sente leveza total após, aproximadamente, 2 horas da sua refeição. 
  • Sensação de disposição e energia ao longo do dia.  
  • Facilidade em eliminar os malas. 

Esses sintomas abaixo sinalizam que seu agni não está muito bom: 

  • Gases intensos. 
  • Arrotos. 
  • Queimação. 
  • Azia. 
  • Inchaço. 
  • Dificuldade para ir ao banheiro. 

O QUE PODE DIMINUIR O SEU AGNI? 

Alimentos crus. Comer alimentos que não estão cozidos, fará com que seu corpo tenha que aquecê-lo para conseguir absorver os nutrientes. Prefira alimentos cozidos para uma melhor absorção. 

Nesta mesma lógica, se pensarmos no agni como uma fogueira, comer alimentos ou tomar bebidas geladas apagariam esse fogo. Evitar bebidas geladas é uma boa escolha para preserva a qualidade do seu agni.  

COMO TER UM BOM AGNI? 

  • Comer com fome real.  
  • Alinhar a sua alimentação com o ritmo do sol. 
  • Fazer atividade física para movimentar esse agni. 
  • Se você não sofre de queimação (excesso de pitta) - aposte em temperos quentes e picantes.(gengibre, pimenta) 
  • Já se você sofre de queimação, tente tomar uma infusão de ervas com o chá Pitta antes do almoço. 
  • Ingira água morna e chás ao longo do dia - aposte no chá Agni antes ou após a sua refeição principal. 
  • Escolha se alimentar com produtos da terra, ou seja, com comida de verdade. 
  • Espace as refeições - respeite os intervalos entre as digestões - a fogueira precisa de tempo para acender. 

 

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