O limite da autocrítica e o início do autocuidado
Por muito tempo, eu acreditei que ser exigente comigo mesma era sinal de força.
Que o caminho para o sucesso passava, inevitavelmente, por uma dose alta de autocrítica.
Pensava que, se não estivesse sempre me esforçando ao máximo, talvez não fosse merecedora dos meus sonhos.
Mas o corpo tem uma linguagem própria, silenciosa, mas insistente.
E ele começou a falar.
Falou através do cansaço crônico.
Da insônia que me fazia virar à noite com a mente girando.
Do estresse que se tornou pano de fundo de todos os dias.
A conta do excesso, cedo ou tarde, chega.
Foi nesse ponto de esgotamento que o Ayurveda entrou na minha vida.
Não como solução imediata, mas como convite a um novo jeito de viver.
Uma medicina que me ensinou algo tão simples quanto poderoso:
autocuidado não é luxo, é necessidade.
Aprendi que a autocrítica excessiva é uma forma sutil, e socialmente aceita, de autossabotagem.
Que viver no modo cobrança constante nos afasta do corpo, das emoções e da própria clareza.
E que só existe produtividade verdadeira quando existe enraizamento.
Comecei a criar pequenos espaços de silêncio na rotina.
Troquei o perfeccionismo pela presença.
A rigidez por rituais.
Incluí práticas que antes pareciam "tempo perdido": yoga ao amanhecer, chás que despertam a digestão, óleos que aquecem e nutrem a pele, pausas reais entre uma tarefa e outra.
E algo muito profundo mudou.
A minha energia, minha criatividade, meu jeito de me relacionar com o que faço.
Descobri que a suavidade não enfraquece, ela sustenta.
Se você também se sente sobrecarregada, exausta de tentar dar conta de tudo, talvez este seja um bom momento para se perguntar: Quais partes de mim estou sacrificando para sustentar uma imagem de eficiência?
E o que aconteceria se, só por hoje, eu me permitisse ser suficiente do jeito que estou?
Cuidar de si não é sair do caminho.
É voltar pra ele.
Com mais gentileza, com mais escuta, com mais verdade.
A autocrítica pode até nos empurrar.
Mas é o autocuidado que nos sustenta.