E a sua fome real, onde fica?

 

Você tem 1 hora para almoçar.Você precisa comer de 3 em 3 horas.

Você não pode dormir de estômago vazio.

Você tem que, você precisa de, você não pode...

A quantidade de regras sobre o ato de se alimentar cresce a cada década, e quanto mais ouvimos sobre nutrição, menos escutamos o nosso corpo. E se a sua fome real não couber nessas regras?

Comemos sem fome. Comemos quando dá. Comemos porque alguém disse que é o horário certo. Fazemos o prato correndo. Engolimos enquanto respondemos e-mails. Nem sentimos o sabor. A digestão não tem tempo, o corpo não tem pausa. A fome é condicionada ao relógio, e não ao sentir.

Essa é a sociedade do excesso: excesso de produtividade, de informações, de estímulos, de culpa. E, paradoxalmente, de desconexão.

Ao longo do tempo, vamos deixando de identificar o que é fome, o que é hábito, o que é ansiedade. As sensações se misturam. E com elas, os sintomas: inchaços, má digestão, peso, gastrite, intestino preso, cansaço — e a gente nem sabe mais de onde vem.

Não à toa, o Ayurveda nos lembra que a doença começa na má digestão. E que o excesso, quando vira rotina, vira desequilíbrio. Por isso, mais do que seguir regras, talvez seja hora de fazer uma pausa para escutar.
Como está a sua fome real?

Se o horário do seu almoço é fixo, que tal começar pelo jantar?
Silencie os estímulos. Respire antes de comer. Observe se há fome.
Coma menos, coma com presença.
Escolha o silêncio, às vezes. Escolha a escuta, sempre.

Esse é o convite:
Desmarcar compromissos com as regras.
Remarcar encontros com o corpo.

Porque quando a gente sai do automático, a fome vira linguagem.
E o corpo, casa.

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